O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, reafirmou ontem que o repasse da alta do petróleo no preço da gasolina e do diesel só será feito quando acabar a oscilação na cotação do barril do produto. A variação, segundo ele, é motivada, neste momento, pela especulação financeira. Admitiu ainda que a estatal planeja reajustar os preços do gás natural para amenizar o impacto da demanda no país.
Gabrielli não disse, no entanto, quando isso deve ocorrer nem qual seria o impacto nos preços. 'Não temos projeções para aumentos nos preços dos combustíveis no curto prazo', afirmou durante o 6º Encontro de Negócios de Energia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
Gabrielli observou que a política da Petrobras não leva em conta a defasagem entre o preço internacional e os praticados internamente. Apesar disso, não deixou de listar as razões para que a Petrobras faça reajustes futuros no diesel e na gasolina. 'Temos que acompanhar os preços internacionais porque nossos custos são atrelados a eles, como por exemplo, o pagamento de royalties.' Para o executivo, fatores como o fim do verão norte-americano, a perspectiva de aumento da produção no segundo semestre por parte do mercado e a estabilização geopolítica na região do Oriente Médio devem interferir na trajetória de aumento de preços.
Ontem, o preço do petróleo, negociado na Bolsa de Nova Iorque, fechou em baixa depois de registrar novo recorde, 64,27 dólares. O barril do petróleo cru fechou cotado a 63,07 dólares. com recuo de 1,36%. Para analistas em Wall Street, porém, não há alívio em vista para os preços do petróleo. 'Caminhamos para os 70 dólares o barril, porque há muitos fatores que pressionam', avisou Seth Kleinman, da PFC Energy.
Quanto ao gás natural, Gabrielli explicou que a demanda cresceu 19% e, combinada a uma defasagem de infra-estrutura, traz preocupações para a estatal. 'O crescimento da demanda e a necessidade de infra-estrutura fazem necessários ajustes', afirmou. Entre as medidas que pretende adotar, citou a suspensão de descontos para as distribuidoras concedidos desde 2003.
Fonte: Correio do Povo
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